Disfagias Orofaríngeas/Perturbações da Alimentação na Infância

Disfagias Orofaríngeas/Perturbações da Alimentação na Infância Disfagias Orofaríngeas A disfagia é uma alteração no processo de deglutição, traduzindo-se numa dificuldade em engolir certos alimentos (sólidos, líquidos, com mais do que uma consistência…). Dependendo do local onde decorre a dificuldade, a pessoa com disfagia pode apresentar dificuldade na preparação do bolo alimentar ou em transportá-lo de forma segura para a faringe, esófago e finalmente estômago. A disfagia se não diagnosticada e reabilitada, pode pôr em causa a saúde do indivíduo, podendo afetar o seu estado nutricional e hídrico, causar infeções respiratórias, levar ao isolamento social e consequentemente a uma perda de qualidade de vida. O Terapeuta da Fala é o profissional com as competências e conhecimento adequado sobre a anatomofisiologia da deglutição, que pode diagnosticar e reabilitar as alterações na deglutição, promovendo uma deglutição segura e eficaz, com um aporte nutricional e hídrico adequado às necessidades do indivíduo. Perturbações da Alimentação na Infância As dificuldades alimentares na infância podem estar relacionadas com alterações nas funções orais, de origem motora e/ou sensorial, não havendo competências orais para gerir determinados alimentos. Estes são alguns sinais que podemos encontrar nas Perturbações Alimentares na Infância: Rejeitar alimentos sólidos, comendo apenas pastosos; Ficar com a comida muito tempo na boca; Encher demasiado a boca com comida; Rejeitar tocar em certos alimentos; Dar preferência a grupos de alimentos (por exemplo, come apenas alimentos crocantes); Entre outros. Os problemas de recusa e seletividade alimentar têm um grande impacto no seio familiar, sendo motivo de preocupação para os pais e pode tornar-se, se não for compreendido, motivo para conflitos nas relações entre pais e filhos. Para além disso podem ter impacto no desenvolvimento global da criança. As dificuldades alimentares podem ser de vários tipos, podendo estar associadas a causas multifatoriais. A criança pode não comer por questões comportamentais, sensoriais, motoras, orais, nutricionais, emocionais, cognitivas, etc. 

O terapeuta da Fala, habilitado com conhecimento do desenvolvimento sensorial e motor oral e a sua relação com o desenvolvimento global e alimentação, é o profissional indicado para intervir perante estas dificuldades. Especialização em Motricidade Orofacial/ Terapia Miofuncional A Motricidade Orofacial é uma área da Terapia da fala que se dedica ao estudo científico, prevenção, avaliação e intervenção das estruturas faciais e da região oral e das funções que a elas estão associadas: sucção, mastigação, deglutição (ato de engolir), respiração, fala e a mímica facial. As alterações da motricidade orofacial são muito variadas e podem estar relacionadas a: Hábitos orais desadequados e nocivos (ex: uso frequente e prolongado de chupeta); Respiração Oral; Alteração de freios orais (ex: freio lingual curto); Malformações Craniofaciais (ex: fendas labiopalatinas); Comprometimento Neurológico (ex: AVC que afete a fala) Entre outros. O terapeuta da fala, com conhecimento na área miofuncional e no desenvolvimento sensório-motor oral, relaciona e adequa a dinâmica entre as estruturas/forma e a função, de modo a promover um equilíbrio harmonioso entre elas. A consulta em Terapia da Fala especializada em Motricidade Orofacial/Terapia Miofuncional realizada de forma preventiva, empodera os cuidadores com o conhecimento adequado do desenvolvimento sensorial e motor do bebé/criança, prevenindo dificuldades e alterações que poderão levar a consequências no seu desenvolvimento, incluindo na vida adulta. Quando as alterações já se encontram presentes, a terapia miofuncional, terá um papel importante na reeducação das funções afetadas, num trabalho conjunto com outros profissionais, tais como o fisioterapeuta/osteopata, ortodontista/odontopediatra, otorrinolaringologista, entre outros. Síndrome do Respirador Oral: exemplo de alteração entre estrutura e função Esta síndrome leva a que a pessoa, criança ou adulto, substitua a respiração nasal, que é a mais adequada, por uma respiração bucal (desadequada), derivado de alterações que podem ser estruturais, funcionais, posturais e/ou comportamentais. A respiração oral pode ter origem numa obstrução da passagem de ar, como por exemplo um crescimento acentuado das adenoide/amígdalas, dificultando a passagem de ar pelo nariz. de forma a facilitar a respiração, a pessoa adota alterações posturais tais como anteriorizar e extender a cabeça, trazendo as estruturas para a frente e abrindo espaço na parte posterior da boca para que o ar possa circular.

Equipa de Terapia da Fala
Maria João Vieira

Terapia da Fala